domingo, 21 de outubro de 2012

Por que Meditar? Por que buscar?

Por que Meditar? Por que buscar?

"Eu não digo que você deva meditar; eu não insisto nisso. É você que está buscando. E você tem que buscar.
...


É exatamente como se um homem doente perguntasse: "Por que tomar remédio?"
Por que você está doente, eis por quê. Se você não está doente, então não há necessidade.

Por que buscar a saúde? Não é preciso, se você está saudável. Mas se você não está saudável, então tem que buscar a saúde.

A meditação não tem sentido para um Buda, para alguém que alcançou a totalidade do seu ser.
A meditação é um remédio; deve ser dispensada. A menos que você se torne capaz de prescindir da sua meditação, você não está saudável. Portanto, lembre-se: a meditação não é algo para ser carregado por todo o sempre. Chegará o dia em que a meditação terá completado o seu trabalho e não será mais necessária. Então você pode esquecê-la.

As pessoas vêm a mim e perguntam: "Quando você medita?" Nunca: eu não medito de forma alguma; não há necessidade. A meditação é apenas medicinal. Quando você está doente, em conflito, em miséria, ela é necessária.

E você pergunta: "Por que meditar?" Eu não estou dizendo que você deve meditar. Se você acha que é feliz, feliz consigo mesmo, se acha que não tem problemas, se acha que não tem preocupações, angústias, ansiedades, você não precisa meditar.

Mas você precisa. Todo mundo tem uma angústia muito profunda dentro de si, uma profunda loucura interior. E por causa disso você pergunta: por que meditar? Você pergunta por que está com medo.

Através da meditação você pode perder a sua loucura, a sua ansiedade, a sua angústia, e você se acostumou tanto a tudo isso, habituou-se tanto!

Essa amizade se prolongou por tanto tempo que você vai se sentir solitário se se tomar saudável, muito solitário. Se uma pessoa tem vivido com dor de cabeça por toda a vida e, de repente, a dor de cabeça desaparece, ela sentirá como se tivesse ficado sem cabeça. Agora, ela não poderá sentir a própria cabeça!

Você está acostumado com as suas misérias. Elas lhe dão a sensação de existir. Se você não tem do que se queixar, você sente que não existe. Essa é a razão pela qual as pessoas se queixam todos os dias com todo mundo. Conversam a respeito de suas misérias e ficam muito felizes quando falam sobre isso.

Olhe para uma pessoa quando ela está falando sobre suas misérias. Ela sente que é alguma coisa. Quanto mais fala, quanto mais exagera o seu sofrimento, mais importante ela se torna. Olhe para o rosto de uma pessoa que expõe suas misérias. Parece que ela está em êxtase!

Se você vai a um médico e suspeita de um câncer ou de uma tuberculose, alguma coisa séria, e o doutor diz: "Não é nada. Uma aspirina resolve" - você se sente decepcionado. Um sofrimento tão profundo e ele diz que não é nada, apenas uma doença comum que vai desaparecer com um remédio comum. Você se sente como se tivesse sido deposto. Você estava sentado no trono do câncer e tudo não passava de uma doençazinha; um remédio qualquer vai curá-lo.

Você fala a respeito de suas misérias, de seus males, de suas doenças; você não engrandece. E quando você os glorifica, sente que você mesmo está sendo glorificado.

Por isso que a mente, a mente doente, pergunta: Por que meditar? A própria questão mostra que você precisa de meditação. O 'por quê', o próprio 'por quê'. Uma pessoa que não tem necessidade de meditação nunca pergunta por quê. Ela para de perguntar, porque todas as perguntas fazem parte da ansiedade. Se você está interiormente silencioso, em paz, feliz, você não pergunta.

Os filósofos são os mais miseráveis dos homens. Eles estão sempre perguntando: "Por que isto? Por que aquilo?" O constante "por quê" é uma doença interna. Olhe por este lado: só quando algo vai mal você pergunta por quê.

Quando tudo está bem, você nunca pergunta por quê. Você pergunta por que há miséria; você nunca pergunta por que há bem-aventurança. Pergunta por que há morte; você nunca pergunta por que há vida. Pergunta por que há ódio; nunca pergunta por que há amor.

Quando há amor, não há perguntas a fazer. Você o aceita totalmente. Quando há ódio, surge a questão. Quando você está em estado de graça, nenhum questionamento, nenhuma investigação, nenhuma filosofia aflora.

Quando você está angustiado, sofrendo, você pergunta: "Por que isto? Por que estou sofrendo? Por que todo mundo está sofrendo?" Só quando algo vai mal as perguntas aparecem. Quando tudo vai bem, não há questionamento. Você aceita a existência em sua totalidade.

Portanto, lembre-se disto: se você tem um "por quê" você precisa de meditação, porque sem meditação o "por quê" não irá desaparecer.

E a resposta vem apenas para os que pararam de perguntar. A resposta só pode ser compreendida pelos que não estão dispostos a questionar. Uma mente inquisitiva não está disposta a ouvir. Continuará questionando.

As perguntas são geradas na mente como as folhas crescem numa árvore. Se sua mente está mal, as perguntas aparecerão. Só se sua mente desaparecer e a totalidade e a saúde interiores forem conseguidas, as perguntas cessarão.

E quando não há mais perguntas, você alcançou a resposta derradeira. A resposta suprema não está nas palavras. Você a vive; você se transforma nela.

Osho, em "A Nova Alquimia"

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"MUNDO DE ILUSÕES"


“MUNDO DE ILUSÕES” (artigo de autoria própria)

Cheguei à conclusão de que tudo não passa de ilusão. Vivemos em um mundo ilusório, não importa a dimensão. Chega a hora em que a nossa mente revela a verdade. E a verdade é que somos “o nada”.

A nossa mente se encarrega de fazer todo esse trabalho. Nos coloca, ora em situações de alegria, ora em situações de desespero. Qual situação é real? “nenhuma”.

Aprendemos que precisamos: ser forte, ser honesto, ser trabalhador, ser pai, ser mãe, ser cada vez melhor, ser sempre merecedor do bem........ ilusões!!

Ilusões que construímos, passando de dimensão em dimensão, vivendo novas ilusões sempre. De que adianta nos preocuparmos tanto em atingir objetivos? Pra quê? Só pra tentarmos preencher vazios inexplicáveis e vencer traumas que achamos serem causados por outras pessoas, mas na verdade são causados por nós mesmos.

“Meditar?” Somos tão atrasados, que meditar deveria ser uma coisa natural, rotina do dia a dia, mas não! Os poucos que meditam acham que estão fazendo uma coisa gloriosa!!! O que tem de glorioso no ato de ficar sozinho, tentar colocar a cabeça no lugar, esvaziar a mente? Não estou desfazendo da meditação. Estou apenas afirmando que é apenas uma técnica de ilusão que serve muito bem pra sobrevivência, principalmente de pessoas que pensam demais, querem demais!! Quem pensa demais precisa parar de pensar! É só isso.

As pessoas se iludem buscando respostas que talvez nunca encontrem, alimentando expectativas em coisas que nunca se concretizarão. “Buscam uma amanhã melhor!” Que amanhã? Andamos, andamos, andamos e não saímos do lugar. Vemos sempre as mesmas coisas e ouvimos sempre as mesmas histórias.

A vida aqui é uma eterna busca. Busca por um Deus, por dinheiro, por saúde, por emprego, por amor, por família, por tudo! “Tudo” que não passa de “nada”!

Quando achamos que conquistamos algo, a nossa mente de ilusões automaticamente já procura outro objetivo a ser cumprido. Nos leva apenas a sermos bitolados em metas a atingir.

Pra quê chorar? De nada vai adiantar. Quando crianças, choramos e somos socorridos, atendidos. Ilusão! Nascemos sendo iludidos. Já que quando adultos, choramos e descobrimos que somos apenas solidão.

Não somos iguais, mas temos os vícios das mesmas fraquezas. As fraquezas se repetem no mundo inteiro. Vivemos em um vazio preenchido de ilusões, de aparências diversas, de cenas criadas por nós mesmos.

Por que as pessoas amam tanto as músicas, os livros, os filmes, as novelas, as peças de teatro? Porque as pessoas se iludem com as vidas representadas, se iludem com as vidas dos personagens, fantasiam, criam uma falsa emoção e se emocionam como se fossem a própria vida, almejam uma vida que não existe. Isso não é viver em um mundo de ilusões? É, pois só existe esse.

Não existe o mundo real que muitos teimam em dizer que existe.

Ainda tem gente que se acha “perfeito”. Não somos perfeitos em nada. A perfeição é outro tipo de ilusão que a nossa mente gera.

Na minha opinião, só existe um grupo de pessoas aqui na terra que consegue levar a vida de forma desprendida e despretensiosa: os taxados de loucos!! Esses vivem o mundo verdadeiro, pois descobriram que nada é real. Amam quando podem, odeiam quando querem, riem quando dá vontade, trabalha se der pra trabalhar, come o que tem, não liga se é rico ou pobre.

E os que se acham certos acabarão de ler este artigo e ainda vão achar a mesma coisa, porque a mente vai teimar em dizer que eles possuem a razão.

Minha conclusão com essa conversa toda aqui é: faça o que tem vontade, esqueça a opinião dos outros, siga em frente sem saber onde vai parar, ame quando der para amar! Nada é obrigação! Nada é real!

 

                                         AUTORIA: Alusah Martins Salvador